domingo, 22 de novembro de 2009

Projetáveis

7ª Bienal do Mercosul - Mostra Projetáveis
Santander Cultural

As obras que selecionei foram as seguintes:
475 Volver – Cinthia Marcelle – Belo Horizonte, Brasil.
Moonwalk – Martin Kohout – Nascido em Praga na República Tcheka, hoje vive em Berlin na Alemanha.
Máquina de Hacer Color – Karina Peisajovich – Buenos Aires – Argentina.
Após seguir todo o roteiro estipulado pelo equipe coordenadora de Arte Digital I, escolhi as obras acima relacionadas.
Para relatar minhas impressões sobre as obras estarei iniciando pela obra de Cinthia Marcelle – 475 Volver, que no meu ponto de vista é uma alusão à rotina. Vivemos num mundo desenfreado, numa rotina louca, onde passamos todos os dias fazendo as mesmas coisas, tomando os mesmos rumos, empurrando as mesmas coisas e situações e falta busca da solução, de viver de forma mais tranqüila, segura, e sensata.
As mais diversas voltas percorridas pela escavadeira que nos impressionam pela forma rotineira que a vida decorre, mas se repararmos a forma como a escavadeira faz seu trabalho, mesmo ele sendo uma rotina, as voltas não são todas iguais, a pá que vai carregando a terra, procura seguir o mesmo roteiro, mas sempre acaba mudando um pouco o mesmo também ocorre enquanto ela vai descarregando e espalhando essa terra.
Mesmo na correria, seguindo uma rotina, o que fazemos não fica sempre da mesma forma, cada momento e cada situação de vida por mais que se repita são únicas.
Sigo dando seqüência, com Martin Kohout com a obra Moonwalk, que na minha opinião está interligada com a obra de Marcelle, pois com a correria e rotina desenfreada do dia a dia, acabamos perdendo a noção de tempo. Observando as barras do yotube, sem nenhuma apresentação e elas abrindo de forma seqüencial acaba fazendo com que sentisse uma ansiedade muito grande, de pedir para que agiliza-se, pois não estava aparecendo nenhum vídeo, nenhuma imagem, e parecia que fazia muito tempo que estava esperando.
Passamos muito tempo correndo, trabalhando, tomando atitudes, resolvendo situações e não temos e não nos proporcionamos o tempo adequado para relaxar, descansar, organizar pensamentos, projetos, andamos no piloto automático.
E complemento com a obra de Karina Peisajovich – Máquina de Hacer Color, que na minha opinião complementa as outra obras, pois é uma forma de parar. Para observar a formação e mistura das cores e preciso observar, parar quieto e analisar a obra, no mínimo é necessário esperar que cada círculo complete uma volta para poder observar um pouco que seja, mas é uma infinita opção de cores.
Também ajuda no relaxamento, pois está trabalhando de forma cromoterápica que também sabemos que influência de certa forma a sensações humanas.
Todas as obras citadas são de artistas que trabalham a arte de uma forma moderna, digitalizada e harmonizada com nosso dia a dia. Analisando e observando as obras que visitamos na Bienal fiquei muito interrogativa quanto as questões de envolvimento físico e emocional do artista em sua obra. Mesmo estas sendo digitalizadas o artista vive sua obra de forma única e especial. Uma criação artística que nasce no âmago do artista e leva com ela sua expressão.
O que me aguçou foi a improbabilidade da modernidade, não se sabe o que podemos esperar do amanhã quando falamos em Arte.

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